Lyon foi o destino reservado para o dia 19 de janeiro de 2019, porém, infelizmente não consegui aproveitar como se deve uma cidade desse porte.
Transporte Paris-Lyon
Como em todas as minhas viagens de Longa Distância, dentro da França, usei o Eurail Pass de forma que foi possível economizar um pouco com a passagem, então não poderia deixar de ir para Lyon de outra forma.
O trem partiria de Paris às 07h53 e chegaria em Lyon às 09h56. Porém em razão de eu ter chegado em cima da hora (cheguei na plataforma às 7h53), não consegui embarcar, pois as portas fecham 2 minutos antes da partida, dessa forma, tive que gerar um novo bilhete e só consegui embarcar no trem que partiu às 12h59 de Paris, chegando às 14h56 em Lyon.
Flanando por Lyon
Em razão do reduzido tempo na cidade, toda a programação que eu havia feito, não foi possível cumprir, então resolvi apenas andar pela cidade, de onde fosse fácil retornar para a estação antes.
A ideia inicial era ir ao Musée des Confluences (Museu das Confluências) – que é um museu de história natural, antropologia, das sociedades e civilizações, Musée des Tissus et des Arts Décoratifs (Museu de Tecidos e Artes Decorativas) – como o próprio nome diz, é focado nos tecidos e nos objetos decorativos. E Musée Lumière, destinado a memória do Cinema, criação dos Irmãos Lumière.
Praça dos Jacobinos
Embora seja conhecido como um grupo que dominou parte da Revolução Francesa (assim como os Girondinos), os Jacobinos tiveram origem na Ordem dos Pregadores (também conhecida como Ordem de São Domingos ou Ordem Dominicana).
Os Jacobinos da Revolução, receberam esse nome apenas porque as reuniões ocorriam no Convento dos Jacobinos, na Rua Saint-Honoré, sendo oficialmente chamados de Société des Amis de la Constitution (Sociedade dos Amigos da Constituição).
Nesta praça está uma fonte que apresenta 4 pessoas que nasceram em Lyon e são elas:
- Jean Hippolyte Flandrin, conhecido como Hippolyte Flandrin: Nascido em 23 de março de 1809, pintor do movimento Neoclássico;
- Gérard Audran (ou Girard Audran), nascido em 2 de agosto de 1640, gravurista e Conselheiro de Pintura e Escultura da Academia Real, durante o Reinado de Louis XIV;
- Guillaume Coustou, nascido em 26 de abril de 1677, escultor e pintor, formado pela Academia Real de Pinturas e Esculturas;
- Philibert Delorme, nascido por volta de 1514 foi um arquiteto durante o período da renascença.
Catedral de Saint-Jean
Oficialmente chamada de « La primatiale Saint-Jean-Baptiste-et-Saint-Étienne » (ou Primacial Saint-Jean-Baptiste-et-Saint-Etienne), mas também conhecida como Catedral de Lyon, é uma Catedral que teve o início das construções em 1.175 e foi concluída por volta de 1.480.
Leva o nome Primacial, por ser a mais antiga sede do poder da Igreja na França, sendo ainda hoje a sede da Arquidiocese de Lyon.
Assim como outras Igrejas da época de sua construção, apresenta uma arquitetura gótica.
Dentro da Catedral, também possui um relógio astronômico datado do Século XIV
Praça Bellecour
É a maior Praça de Lyon, com cerca de 62.000 m² e a quinta maior da França, Henrique IV, em 1604 tentou transformar em Praça, porém os herdeiros de um Arcebispo de Lyon impediram, num processo interminável.
Somente a partir de 1708, quando Louis XIV obteve definitivamente a posse da área que foi transformada em praça pública, sendo que em 1713 foi inaugurada uma estátua de Louis XIV, a cavalo, projetada por Martin Desjardins.
Porém, com a Revolução, a estátua foi derretida para fabricação de canhões e somente em 1825, uma nova estátua de Louis XIV a Cavalo, de François-Fréderic Lemot, com trajes Romanos, foi devolvida à Praça.
História de Lyon
A cidade de Lyon foi fundada pelos Romanos, em 43 a.C. por Lucius Munatius Plancus (Lúcio Munácio Planco), então governador romano para a Gallia comata (em francês pode ser traduzido para Gaule chevelue ou Gaule aux longs cheveux – e em português ficaria algo como Gália peluda ou Gália com cabelo comprido).
O nome inicial da cidade era Lugdunum (ou Lugudunum), que supostamente tem sua origem nas palavras: Lug (Luz) e Dunum (que seria algo como Fortaleza), dessa forma poderia ser entendido como Fortaleza da Luz, porém, dependendo da fonte, o significado do nome pode sofrer algumas alterações.
Em poucos anos a cidade começou a crescer e em 27 a.C. já era considerada a Capital da Gália, status que durou por muitos anos.
Sendo privilegiada em sua localização, a partir do ano 19 a.C. se tornou o centro das vias romanas para a Gália.
Apogeu e Declínio de Lyon
Foi durante os reinados das Dinastias Flaviana e Nerva-Antonina (ou somente Antonina), que durou entre os anos 69 a 192 d.C. Nesta época Lyon conheceu a paz romana e com isso a população atingiu um valor estimado de 50 a 80 mil habitantes, o que a tornou a segunda maior cidade da Gália.
Com o fim da Dinastia Antonina, se iniciou um período de decadência da cidade, em 197 d.C. a cidade foi saqueada pelas tropas de Lúcio Sétimo Severo (Lucius Septimius Severus Pertinax).
Já no Século III d.C. as tropas germânicas invadem a cidade e agrava ainda mais o declínio, bem como a perda do status de Capital da Gália para Trèves em 297 d.C.
No Século V, pouco antes do fim do Império Romano do Ocidente, se torna a capital dos Burgúndios.
Idade Média
Durante os primeiros séculos da Idade Média, a cidade de Lyon passou de controle dos Burgúndios para os Francos e depois permaneceu de certa maneira autônoma, porém não há muita documentação desse período, de forma que as informações existentes são vagas.
Porém o que se sabe é que a Igreja assumiu o controle da cidade (por meio do Arcebispo de Lyon), ainda que não de forma oficial, mas de facto.
Em 1.312, a cidade de Lyon se submete ao poder de Felipe, o Belo, por meio do Tratado de Viena, assinado em 10 de abril de 1312. O que hoje é considerado como o ato oficial que liga Lyon ao Reino da França.
Renascimento
Durante este período, Lyon teve uma nova Era de Ouro, com o aumento da população, que chegou a triplicar no período, chegando a algo entre 60 e 75 mil habitantes (próximos aos níveis de do apogeu romano na cidade).
Em razão das estradas, a economia de Lyon evoluiu muito, tornando a cidade uma das mais prósperas de toda a Europa, recebendo inclusive os maiores bancos da época, como o dos Médicis, dos Gadagnes e dos Gondi, porém também se desenvolveu por meio de suas próprias industrias, dentre as quais se destaca a da seda.
Revolução Francesa
Durante a Revolução, Lyon apoiou o Partido Girondino e se levantou contra a Convenção, regime que vigorou entre 21 de setembro de 1792 e 26 de outubro de 1795. A cidade chegou a ser sitiada e aguentou dois meses antes de se render. A repressão da Convenção foi feroz, chegando a morrer mais de 2 mil pessoas na guilhotina e em fuzilamento.
Império de Bonaparte
Com a chegada de Bonaparte ao poder, primeiro com o Consulado e depois com o Império, Lyon foi favorecida, de forma que a indústria da seda e em parte por isso, que quando retornou da ilha de Elba, de seu primeiro exílio, para o governo dos cem dias, o povo de Lyon recebeu muito bem Napoleão, a ponto de que antes de partir para Paris, teria dito que amava os cidadãos de Lyon, declaração que teria sido divulgada no Journal du Département du Rhône em 16 março de 1815.
Em razão da indústria da seda, Lyon foi uma das primeiras cidades a entrar na era da Revolução Industrial, graças a revolução da indústria têxtil que pode proporcionar a economia da cidade.
Terceira República aos Dias de Hoje
Durante a Segunda Guerra Mundial, Lyon ficou livre até 1942, sendo então ocupada até 1944 pelas forças Alemães, porém ainda assim houve uma forte resistência aos nazistas.
Após a Guerra, a indústria de Lyon foi sendo consolidada em quatro principais ramos farmácia, mecânica/automotiva, eletricidade e a indústria têxtil.
Hoje Lyon é a terceira maior cidade francesa, em número de população, porém se considerar a região metropolitana, é a segunda maior, atrás somente de Paris.