Mônaco: Um Principado em Pleno Século XXI

Brasão de Armas de Mônaco
Brasão de Armas do Principado de Mônaco, com o Lema do Principado: Deo Juvante (Com a ajuda de Deus)

Mônaco é uma monarquia constitucional, sendo o Albert II, o seu Príncipe Soberano, membro da Casa de Grimaldi, que governa Mônaco há mais de 700 anos, além de ser uma monarquia, é um dos três únicos Principados existentes no mundo, ao lado de Liechtenstein e Andorra (que possui um sistema ainda mais particular).

O Principado de Mônaco possui a segunda menor área para um país independente, apenas 2,02km², tornando-se maior que o Vaticano. E segundo as Nações Unidas, em 2017, possuía a segunda maior Renda Per Capita do Mundo, quase empatado com Liechtenstein, com US$ 165.421,00 contra US$ 166.022,00, do primeiro colocado, sendo, portanto, um dos mais ricos países do mundo.

No último censo, de 2016, a população estimada do principado era de 37.308 habitantes, sendo que 22% era monegasco, ou seja, aproximadamente 8.200 eram originários de Mônaco, enquanto quase 30 mil eram de outros países (mais de 9.200 são franceses, 8.100 italianos e quase 3.000 são britânicos, dentre outras nacionalidades).

Passaporte para Mônaco (Passeport pour Monte-Carlo)

Este é um benefício que é oferecido com exclusividade para os profissionais de turismo do Brasil, serve para alavancar as vendas tendo o principado como destino.

Oferece entradas gratuitas para museus, tais como Jardim Exótico, o Museu Oceanográfico, a Coleção de Carros Antigos de S.A.S O Príncipe de Mônaco, além de outras informações úteis.

A partir de três diárias em Mônaco, já pode se beneficiar dos benefícios, desde que sejam consecutivas e esteja hospedado em um dos hotéis que fazem parte do Programa, sendo o principal benefício o translado aéreo a partir de (ou para) o Aeroporto de Nice, ou seja, poderá sair do aeroporto e ir até Mônaco de Helicóptero ou sair do principado para o aeroporto de helicóptero.

Para mais informações, acesse o site oficial

Como chegar em Mônaco

Não existe nenhum aeroporto no principado, até por causa do tamanho, porém é possível chegar de Trem (a partir da França ou da Itália), de Carro ou pelo mar mediterrâneo ou helicóptero.

Como eu estava hospedado em Nice, optei pelo Trem, que é a forma mais rápida e fácil de se ir até Mônaco, são aproximadamente 15 minutos de trem e tem um custo de aproximadamente 6,50 euros por trecho.

Nice-Mônaco
Mapa mostrando o caminho percorrido entre Nice e Mônaco.

Necessidade de Visto

Não há um controle de imigração, portanto, basta estar dentro do período de até 3 meses que brasileiros possuem para entrar e viajar pelo Espaço Schengen (grande parte da Europa), que não haverá problemas de imigração.

Porém, se for permanecer por um período superior a 3 meses, será necessário se dirigir ao Consulado da França e solicitar um visto (visa d’établissement). Os Consulados de Mônaco, portanto, não são os responsáveis pela emissão de visto ou passaportes.

E se for morar, poderá haver ainda mais requisitos, mesmo para os cidadãos franceses ou europeus.

Se deslocando pelo Principado

Para quem deseja conhecer o Principado de Mônaco, ir andando é de longe a melhor opção, afinal, como o território é pequeno, se desejar, pode percorrer de um lado ao outro em cerca de 45 minutos.

Se preferir usar ônibus, existem 6 linhas que percorrem as ruas das 7h até as 21h30. Já das 21h20 até às 00h20, existe uma linha noturna circular. E após a meia noite, existe uma linha circular “corujão” que funciona até às 4 horas da manhã de sexta para sábado e de sábado para domingo.

Também existe a opção de barco-ônibus, que funciona o ano inteiro das 08h às 20h.

Taxis funcionam 24h por dia, nos 7 dias da semana, prontos para atender uma corrida dentro do principado ou para o aeroporto, por exemplo.

Existe a opção de alugar um carro elétrico para percorrer a cidade ou se estiver em carro próprio, é aconselhável deixar em um dos estacionamentos públicos, que são subterrâneos e possuem segurança.

Palais Princier

Este é a Residência Oficial do Príncipe Soberano de Mônaco, originalmente construída como uma Fortaleza (como veremos posteriormente), ao longo dos últimos séculos o Palácio foi ampliado e reformado diversas vezes.

Infelizmente não pude visitar, pois só fica aberto à visitação entre meados de Abril e Outubro, portanto, se deseja ir ao Palais Princier, pesquise antes para saber se o mesmo estará aberto à visitação, bem como os horários.

Possui uma tarifa de 8 euros, o ingresso inteiro e 4 euros para a meia entrada que é destinada a crianças de 6-16 anos e estudantes.

Catedral de Mônaco

Quando cheguei em Mônaco, por volta das 8h, não havia muito o que fazer, uma vez que todas as atrações ainda estavam fechadas, então, eu comecei a andar pelo principado e uma das primeiras coisas que me deparei foi a Catedral.

Infelizmente na hora que cheguei em Mônaco, a Catedral estava fechada e não pude entrar, mas fiquei vários minutos admirando a beleza antes de prosseguir.

Inicialmente, em meados do Século XIII foi erguida a Igreja de São Nicolau, após uma autorização ser concedida. Já no Século XIX foi iniciada a construção da Catedral atual, dedicada à Nossa Senhora Imaculada (Cathédrale de Notre-Dame Immaculée), que hoje é a única catedral do principado.

Os casamentos da realeza monegasca ocorrem nela, sendo o mais famoso o de Grace Kelly com o Príncipe Soberano de Mônaco, Rainier III, após uma carreira de sucesso como atriz de Hollywood, se tornou conhecida como Princesa Grace de Mônaco, assumindo o nome de casada de Grace Patricia Grimaldi.

Alguns dos antigos Príncipes Soberanos também estão sepultados na Catedral, bem como a Princesa Grace.

Museu de Selos e Moedas (Musée des timbres et des Monnaies)

O museu foi fundado em 1950, como um dos primeiros atos após a acessão do Príncipe Rainier III, em razão deste ser um apaixonado pela Filatelia (Estudo e colecionismo de selos postais e materiais relacionados).

Neste museu existem peças que remontam ao século XVII e talvez até antes (eu só lembro de algumas do século XVII).

Existem centenas e talvez milhares de selos postais de todas as épocas de Mônaco, bem como moedas, que vão do antigo Franco francês (que circulou na França entre meados do século XIV e até 1.640, quando entrou em vigor o Louis (que também está exposta no Museu).

Para quem gosta de moedas antigas e selos, vale com toda certeza visitar este museu, tem um custo de 3 euros para visitar.

Funciona diariamente das 09h30 às 17h (motivo pelo qual eu fui primeiro nele, é um dos primeiros a abrir).

Não é um museu grande, mas tem muitos itens.

Museu Oceanográfico de Mônaco

O Príncipe Alberto I dirigiu 28 expedições científicas nos oceanos, o que permitiu ser conhecido como o Príncipe Navegador, dedicando, dessa forma, boa parte de sua vida ao estudo dos oceanos, em 1.889 fundou o Museu do Mar, que oficialmente só foi inaugurado muitos anos depois, em 1.910 e por esse motivo em 1.906 criou o Instituto Oceanográfico, fundação que serviu de base para o Museu Oceanográfico de Mônaco e a Maison des Océans, em Paris.

O Museu possui um espaço superior a 6.000 metros quadrados de área disponível para visitação, que inclui diversos aquários, divididos em quatro ambientes.

  • O Reino dos Predadores – A Lagoa dos Tubarões (Le royaume des grands prédateurs – Le lagon aux requins), nesta área estão diversas espécies de tubarões e outros predadores naturais dos mares.
  • Esplendor de Nossas Margens – O Mar Mediterrâneo (Splendeurs de nos rivages – Mer Méditerranée), nesta área por sua vez estão os peixes típicos do mar mediterrâneo.
  • Das inúmeras cores e formas – Mares Tropicais (Des myriades de couleurs et de formes – Mers Tropicales), estão os peixes dos oceanos tropicais, porém também de rios como por exemplo é exibida a Piranha, encontrada na Amazônia.
  • Fluorescente, sempre tendência – Os Corais fluorescentes (Le Fluo, toujours tendance – Les Coraux Fluos), são exibidos diversos corais fluorescentes de cores incríveis.

A Visita

Fiquei no Museu Oceanográfico por aproximadamente 3 horas e meia, muito mais tempo do que eu previa inicialmente, porém, ainda não consegui ver tudo o que poderia ver do Museu e dos Aquários, pois uma das coisas mais belas a ser feita na área dos aquários é sentar em um dos bancos e ficar observando os peixes.

E a parte do Museu propriamente dito, tem diversas peças desde maquetes dos navios usados pelo Príncipe Albert I, animais marítimos empalhados, além de vídeos educativos sobre as expedições de Mônaco e também de conscientização ambiental, pois um dos atuais objetivos do Museu é exatamente esse, a preservação dos oceanos.

Na Sala das Baleias, existem diversos esqueletos de baleias e golfinhos e outros animais, além de aves empalhadas, e foi nesta sala que gravei o vídeo abaixo (que não sofreu nenhuma edição, logo, me desculpe pelas minhas péssimas qualidades como cinegrafista).

Sala das Baleias e Show de Iluminação e Som

Galeria de Fotos do Museu Oceanográfico de Mônaco

Não tirei tantas fotos assim, mas segue algumas das fotos que tirei do Museu, aquários e objetos que estão no Museu.

Informações Práticas

Horário de Funcionamento:

Aberto diariamente (com exceção do dia 25 de dezembro e do final de semana do Grande-Prêmio de Fórmula 1):

  • Janeiro, fevereiro e março: das 10:00 às 18:00
  • Abril, maio e junho: das 10:00 às 19:00
  • Julho e agosto: das 9:30 às 20:00
  • Setembro: das 10:00 às 19:00
  • Outubro, novembro e dezembro: das 10:00 às 18:00

Tarifas:

  • Adulto (19 anos ou +): 11,00 euros (baixa temporada), 14,00 euros (temporada), 16,00 euros (alta temporada)
  • Jovens (13-18 anos inclusos) / Estudantes (carteirinha válida): 7,00 euros (baixa temporada), 10,00 euros (temporada), 12,00 euros (alta temporada)
  • Crianças (4-12 anos inclusos): 5,00 euros (baixa temporada), 7,00 euros (temporada), 8,00 euros (alta temporada)
  • Pessoas deficientes: 7 euros
  • Baixa temporada: 7 de janeiro a 9 de fevereiro, 12 a 30 de março, 5 de novembro a 21 de dezembro.
  • Temporada: 1° a 6 de janeiro, 10 de fevereiro a 11 de março, 31 de março a 30 de junho, 1° de setembro a 4 de novembro, 22 a 31 de dezembro.
  • Alta temporada: 1° de julho a 31 de agosto

Alimentação:

Possibilidade de alimentação no teto-terraço do Museu Oceanográfico. Conceda-se uma pausa para degustar delícias a 85 metros acima do Mediterrâneo.

Flanando por Mônaco

Acabei saindo do Museu Oceanográfico por volta das 15h, quando resolvi ir em direção a Monte Carlo, um dos quartiers de Mônaco (como se fosse um bairro), onde está situado o mais famoso Cassino do Mundo ou ao menos um dos mais famosos.

Para esse percurso, que são de aproximadamente 1 km em linha reta, porém a distância real é um pouco maior, eu levei cerca de 40 minutos para chegar à Monte Carlo, afinal, eu não fui correndo, eu preferi, portanto, sem pressa, observando a vida passar enquanto caminhava.

Andei pelo Parque (que parece mais uma praça) do Cassino por algum tempo, acho que devo der dado umas duas voltas, para observar os prédios luxuosos que tem na Praça, como por exemplo: O Hotel Louis XV, Hotel de Paris – Monte Carlo, o Cassino de Monte Carlo, o Cassino du Café de Paris.

Acabei encontrando um Shopping próximo, fui procurar o que comer e achei o Sphere Café, oferecendo como uma das opções do dia, massa, a qual escolhi, bem como depois a sobremesa foi um mousse-bolo (não lembro exatamente o que era, só lembro que era divino).

Depois de “almoçar” eu andar mais pelo Shopping, e iniciei então a volta pelo Principado, com o início da noite e consegui tirar mais algumas fotos noturnas, o que aumentou ainda mais a beleza dos prédios de Mônaco.

A História do Principado de Mônaco

Fundado no Século XIII, segundo o Consulado de Mônaco em São Paulo, a data oficial é 10 de junho de 1.215, quando se iniciou a construção da fortaleza que deu origem ao atual Palais Princier.

Porém nessa época ainda fazia parte de Genova. A chegada dos Grimaldi decorreu-se ao longo da disputa travada entre os Guelfos e os Gibelinos, sendo os primeiros apoiaram o Papa, enquanto os últimos apoiaram o Imperador do Sacro Império.

Em 1.270, quando os Gibelinos assumiram a cidade de Gênova, exilando os Guelfos se colocaram sob proteção do Conde de Provença e do Rei de Nápoles. Os Grimaldi, várias vezes Cônsules de Gênova (como em 1.133, com Otto Canella e então seu filho, Grimaldo, em 1.162), por sua vez eram Guelfos, os descendentes deles, na época estavam fora de Gênova, em razão do exilio imposto pelos Gibelinos, François Grimaldi, disfarçado de monge, entrou na cidade e matou os guardas da cidade, onde segundo o site oficial, proferiu diversas ofensas aos Genoveses.

Mesmo que se pense que o Cronista da época usou o nome de Monaco (monge, em italiano) para imaginar o evento de chegada dos Grimaldi ao poder da cidade, isso no mínimo representa o motivo pelo qual o Brasão dos Grimaldi possui dois monges armados, evento esse que ocorreu por volta de 8 de janeiro de 1.297.

Em 10 de Abril de 1.301, o Conde de Provença, Carlos II de Anjou concluiu o tratado com os Grimaldi, selando a paz entre Mônaco e Provença.

Idade Média – Princípios de Independência

Constituição do Território

A Guerra entre Gênova e Mônaco durou cerca de 30 anos, onde em 1.331, Carlos I assume o poder e a poderosa frota naval que possuía frequentemente era disponibilizado ao Reino da França, em especial durante a Guerra dos Cem Anos.

Com isso, o Príncipe Soberano, Carlos I, conseguiu acumular dinheiro aos cofres do Principado e pode adquirir entre 1.346 e 1.355 a compra de Menton e Roquebrune, expandindo assim seus domínios.

Desfragmentação do Território

Durante o governo de Jean I, porém em razão do apetite feudal dos vizinhos, em especial do Condado de Savoia, acabou cedendo os territórios de Menton e Roquebrune, se tornando assim vassalo da Casa de Savoia, em 1.448.

O Testamento de Jean I

Em 1.454, ao morrer, Jean I deixa em seu testamento as bases das regras de sucessão, onde na ausência de um herdeiro masculino, outra dinastia poderia assumir o poder, desde que houvesse a manutenção do nome e do Brasão de Armas dos Grimaldi.

E com isso, assumiu o poder o marido da filha de Jean I, Claudine, que se tornou Dama de Mônaco com Lambert Grimaldi, novo senhor de Mônaco.

Afirmação Internacional

A aproximação entre Mônaco e o Reino da França, se inicia com a anexação da Provença ao Reino, dessa forma, Louis XI, entendeu a importância do território do Principado nas Campanhas Italianas que iria desempenhar, de forma, o filho, Carlos VIII garantiu a proteção do território monegasco.

Da Renascença à Era das Luzes

Emancipação de Gênova

Entre 1.506 e 1.507, Gênova tentou reconquistar o Rochedo, porém, com ajuda francesa, honrando o tratado realizado, os monegascos conseguiram repelir o ataque, mantendo-se assim independente.

Embora já tivesse sido reconhecida a soberania de Mônaco desde 1.489, em 1.512, Louis XII, Rei da França, fez um novo reconhecimento ao declarar que o “senhorio” de Mônaco é mantido por Deus e pela Espada

Proteção Espanhola

Após a morte de Lucien Grimaldi, em 1.523 que foi assassinado pelo sobrinho, Barthélemy Doria,  os eventos que decorreram da tentativa de golpe, mas que fracassaram em razão do apoio da população monegasca ao irmão de Lucien, Augustin, por sua vez o novo senhor de Mônaco não ficou contente com o fraco apoio recebido da França, por isso acabou assinando um tratado, em 7 de junho de 1.524 com o Carlos V, Rei da Espanha e Sacro Imperador Romano Germânico, onde conseguiu a proteção espanhola.

Em 1.529, Carlos V ficou em Mônaco entre os dias 5 e 9 de agosto, quando se dirigia à Bolonha, para ser coroado pelo Papa como Sacro Imperador.

A ascensão da Monarquia

Em 1.612, quando Honoré II, então Senhor de Mônaco passa a assumir o título de Príncipe de Mônaco, tornando assim o território em um principado independente, tal ato ocorreu para reforçar a autoridade senhorial de Honoré II face aos espanhóis, extremamente presentes durante a minoridade.

Em 1.633, por sua vez, os Espanhóis reconhecem a “monarquização” do principado, reforçando ainda mais a autoridade de Honoré II e, detrimento da autoridade espanhola. Transformando assim a monarquia monegasca em absoluta e de direito divino.

Proteção Francesa

Durante a Guerra dos Trinta Anos (1.618 à 1.648) que dentre outros, envolveu os Bourbons (França) e os Habsburg (Espanha e Sacro Império), sob o comando do Primeiro Ministro Francês, o cardeal Richelieu, sabendo da importância da localização do principado de Mônaco na geopolítica europeia e a fim de impor uma derrota aos espanhóis, negociou durante dez anos um tratado.

As negociações resultaram no Tratado de Péronne, onde foi reconhecido formalmente a independência do Principado por meio de uma guarnição francesa sob o comando do Príncipe de Mônaco.

Première page du Traité de Peronne, signé le 14 septembre 1641.
Primeira Página do Tratado de Peronne, assinado em 14 setembro de 1.641. Imagem: Palais Princier de Monaco

Um dos atos que demonstram a interação do Principado e do Reino é a nomeação de Louis I, afilhado de Louis XIV e então herdeiro da Coroa Monegasca ao posto de Embaixador francês junto ao Papa.

Um Principado maior?

A Guerra de Sucessão Espanhola teve consequências também no Principado de Mônaco e na Soberania dos Grimaldi, em razão da ocupação Francesa sobre os territórios de Piemonte e o Condado de Nice, o Rei Louis XIV colocou Antônio I como Senhor da Turbia (uma região próxima ao Principado), resolvendo assim um problema que já durava séculos entre os territórios de Menton e Roquebrune, ligando assim todos os territórios sob a autoridade do Príncipe de Mônaco.

Porém durante a Guerra dos Sete Anos, que envolvia a França e a Inglaterra, principalmente, embora não afetasse a estabilidade do Principado, acabou sendo afetado em razão da França não poder apoiar na guerra contra o Reino de Sardenha, o que fez com que o Principado perdesse parte do território a norte e oeste, fixando assim os limites atuais da fronteira monegasca.

Tempos de Dificuldade

Com a queda da monarquia na França, durante a Revolução Francesa, Mônaco foi anexado ao território francês, perdendo sua independência, por alguns anos.

A anexação monegasca à França durou 21 anos, percorrendo todo o período da revolução e dos governos napoleônicos (Consulado e Império).

Em 1.814, após a abdicação de Napoleão, foi assinado o Tratado de Paris que restabeleceu as fronteiras de 1.792. Em 1.815, com a queda definitiva do Império, a proteção de Mônaco saiu do Reino de Piemonte-Sardenha pela proteção do Reino da França.

Além disso, na segunda metade do século XIX, durante a unificação da Itália, onde o Rei Victor-Emmanuel entregou a cidade de Nice ao Império da França, então sob comando de Napoleão III, os habitantes de Menton e Roquebrune foram chamados a se pronunciar e prefeririam serem integrados à França, de forma que em 1.861 foi assinado o Tratado em 2 de fevereiro, ratificando  a cessão dos territórios, sob uma indenização de quatro milhões de francos e a promessa de abrir os territórios monegascos às estradas, inclusive por ferrovia.

A Invenção de Monte Carlo

O Príncipe Carlos III trabalhou durante seu tempo à frente do principado para transformar Mônaco num Estado Moderno, reconhecido internacionalmente e com todos os atributos de soberania.

Foi um período de inúmeras reformas na estrutura do principado, da justiça, da administração e o desenvolvimento da diplomacia. Internamente também foram criadas a Feste do Soberano em 1.857, em 1.858 foi criada a Ordem de São Carlos (Saint-Charles) que condecorava os cidadãos, uma reforma da nobreza monegasca, fundada sobre o mérito e a virtude. Em 1.881 foi criada a Bandeira Nacional de Mônaco, foi criado também os selos postais e autonomia religiosa.

Após perder boa parte do território, com a cessão dos territórios de Menton e Roquebrune e com a intenção de diversificar a economia, foi criado o Bairro de Monte Carlo, onde foram instalados hotéis, bem como cassinos, transformando Mônaco num destino turístico, principalmente.

Mônaco no Século XX

O Príncipe Albert I, o Navegador, proclamou a primeira Constituição de Mônaco em 1.911.

Já em 1.918 foi assinado um novo Tratado entre a França e Mônaco, onde foi delimitado a proteção francesa sobre Mônaco. Além disso ficou decidido que a política monegasca estaria alinhada à política francesa e que caso não houvesse um herdeiro da Dinastia Grimaldi, o principado seria dissolvido e integrado à França.

Para evitar esse desfecho uma vez que o Príncipe Albert, que só tinha um único filho, reconheceu a paternidade de sua neta, Charlotte, filha ilegítima de seu filho, o Príncipe Herdeiro Louis, para evitar que dessa forma, a Família Grimaldi pudesse ser extinta e o principado viesse a ser anexado à França.

O marido da Princesa Charlotte, o Conde Pierre de Polignac aceitou mudar o nome para Grimaldi, de forma a que os herdeiros do casal pudessem vir a assumir o Trono monegasco.

Em 1.962, foi promulgada uma nova constituição, que permanece em vigor em que criou o voto feminino, aboliu a pena de morte, e nomeou uma Suprema Corte de Justiça.

Em 1.993, Mônaco se tornou o 183° membro das Nações Unidas e desde 2.002 integra a Zona do Euro e desde 2.004 integra o Conselho Europeu, contudo não é membro da União Europeia.

Por que visitar Mônaco?

Bem, o Principado de Mônaco possui uma história rica, com mais de 800 anos de história, tendo a estabilidade que a monarquia pode dar aos seus cidadãos.

Embora seja um Estado minúsculo, ainda mais se comparar ao Brasil, que é o quinto maior país do planeta, onde caberiam mais do que 4,2 milhões de Principados dentro do território brasileiro, é uma nação rica.

Tendo em vista o limitado espaço e o número de visitantes que recebe, especialmente em datas como o Grande Prêmio de Fórmula 1, é uma cidade-estado caríssima para se visitar, afinal de contas, um terço dos habitantes do principado são milionários (para consultar a matéria da BBC, clique aqui

Pra mim é a cidade que mais me encantou fora do país, exceto se considerar Paris, porém Mônaco é encantadora de uma maneira diferente de Paris.

É um lugar que definitivamente vale muito à pena a visitar, seja para passar um dia só ou para usufruir do Passaporte Mônaco e chegar de Helicóptero no Principado, a partir do aeroporto de Nice e se hospedar nos melhores hotéis do principado.

Independente de qualquer razão, visite Mônaco, a maior joia incrustada no Mar Mediterrâneo, se eu defini Cannes como a Pérola da Riviera Francesa, posso definir Mônaco como o Diamante de toda a Costa Azul (incluindo França, Mônaco e Itália).

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